Dor na Região da Pata de Ganso e Sua Relação com Disfunções do Quadril: Abordagem Osteopática

A região conhecida como pata de ganso, ou anserina, localiza-se na parte medial do joelho (interna), onde se inserem os tendões de três músculos: sartório, grácil e semitendinoso. Essa estrutura desempenha um papel importante na estabilização medial do joelho, especialmente durante movimentos de flexão e rotação. A dor nessa região é comumente relacionada à bursite anserina, uma inflamação da bursa localizada entre os tendões da pata de ganso e a tíbia.

Causas

A dor na região da pata de ganso pode ter diversas origens, sendo frequentemente multifatorial. Entre as principais causas, destacam-se:

• Sobrecarga biomecânica decorrente de movimentos repetitivos.
• Desequilíbrios musculares, especialmente entre os músculos do quadril que vão até o joelho.
• Disfunções do quadril, como limitações na mobilidade articular, envolvendo alterações musculares (p. ex. iliopsoas ou glúteo médio) e instabilidade pélvica, que alteram o padrão de marcha (da caminhada) e sobrecarregam o joelho medialmente.
• Compensações funcionais por lesões em outras regiões, como lombalgia ou disfunções sacroilíacas.

Sinais e Sintomas

Os sintomas mais comuns incluem:

• Dor localizada na parte interna do joelho, logo abaixo da linha articular.
• Sensibilidade à palpação na inserção da pata de ganso.
• Dor ao subir e descer escadas, levantar-se de uma cadeira ou após longos períodos de caminhada.
• Possível inchaço local (edema).
• Tensão muscular nos músculos isquiotibiais e adutores.

Consequências

Quando não tratada adequadamente, a dor na pata de ganso pode levar a:

• Comprometimento funcional do joelho, limitando a marcha e as atividades diárias.
• Sobrecarga compensatória em outras articulações, como quadril e tornozelo.
• Cronificação da dor, com desenvolvimento de padrões motores alterados e tensão miofascial persistente.
• Redução da qualidade de vida, especialmente em populações ativas ou idosas.

Abordagem Osteopática no Tratamento

A Osteopatia, como abordagem terapêutica integrativa e centrada no paciente, busca identificar e tratar as causas primárias da dor, e não apenas seus sintomas. No caso da dor na pata de ganso, a atenção osteopática é voltada para:

1. Avaliação global do paciente (alguns itens estão listados):

• Análise da mobilidade articular do quadril, pelve, coluna lombar, joelho e tornozelo.
• Verificação de desalinhamentos posturais, disfunções sacroilíacas ou lombares que possam contribuir para a sobrecarga no joelho.
• Investigação de restrições fasciais e musculares associadas.
• Investigação de alterações viscerais da região pélvica que podem gerar adaptações nesta região.

2. Técnicas osteopáticas manuais

• Liberações miofasciais dos músculos da pata de ganso e de músculos associados como glúteo médio, piriforme e quadrado lombar.
• Técnicas de energia muscular (METs) para restaurar equilíbrio entre musculatura anterior e posterior do quadril e coxa.
• Manipulações articulares suaves, quando indicadas, para melhorar a mobilidade do quadril, sacro e joelho.
• Técnicas viscerossomáticas, caso haja correlação com disfunções viscerais que alterem o tônus muscular regional.

3. Orientações complementares

• Reeducação postural e de marcha.
• Exercícios terapêuticos individualizados com foco em estabilidade do quadril e controle motor.
• Estratégias de prevenção de recidivas por meio de correção de padrões de movimento disfuncionais.

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